Programas e Projetos | Programa 02

Ações de enfrentamento da violência contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos, deficientes e minorias discriminadas em todas as dimensões e contextos.

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Aborda acões de enfrentamento da violência contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos, deficientes e minorias discriminadas em todas as dimensões e contextos.

A violência é considerada um problema de saúde pública, já que possui enorme impacto na qualidade de vida e produz altos índices de adoecimento, perdas e morte. Ela se manifesta em ações realizadas por indivíduos, grupos ou uma coletividade; provocando danos físicos, psicológicos a si próprios, a outros e a comunidade.

 A violência é um fenômeno previsível e evitável e, por isso possível de ser superado. Para isso a Gestae propõe ações em nível primário, onde as estratégias têm o objetivo de evitar a sua ocorrência; nível secundário no qual se aborda as respostas mais imediatas frente a essas situações; no terceiro nível, passa-se à assistência a longo prazo dos casos de violência.

A exclusão social tende a se mostrar na forma do esfacelamento do tecido familiar, no momento em que surge a violência entre seus membros, o abandono da criança, o uso de drogas e álcool, a evasão escolar, as condutas de risco e transgressivas, a incapacidade para o trabalho.

A Organização Mundial de Saude (OMS) aponta que a saúde mental não se restringe ao campo da patologia mental, inclui também “ o estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode lidar com estresse normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir para a sua comunidade”. (WHO. Strengthening mental health promotion. Geneva, World Health Organization, 2001).

O que é?
O projeto Ciranda tem como foco o acompanhamento psicológico de crianças, adolescentes e suas famílias que tiveram violação de direitos por terem sofrido violência física, psicológica/moral, sexual, maus-tratos e negligência. 

Objetivos
Prestar assistência psicológica à crianças e adolescentes em situação de ameaça ou vitimas de maus-tratos, negligência e abandono, de violência física, de violência sexual e de violência psicológica/moral (bullying/ciberbullying). 
Orientar e acompanhar as famílias de crianças e adolescentes vítimas de violência. 
Planejar e executar ações no campo da prevenção da violência visando reintegração e reabilitação de vítimas e seus agressores no núcleo familiar. 
Planejar e executar ações no campo da prevenção da violência em escolas e equipamentos de saúde visando a sensibilização e multiplicação de agentes da cultura de paz.   

Público Alvo
O Projeto Ciranda beneficia crianças, adolescentes e seus familiares, agentes ou vítimas de violência, encaminhados pelas Varas criminais da Infância, Delegacias, Conselho Tutelar, Sistema Judiciário, Rede Sócio-Assistencial, Rede de Saúde, Instituições de Acolhimento, Escolas Públicas, e Instituições comunitárias das subprefeituras de Pinheiros, Butantã e Santo Amaro. 

Por que?  
A violência contra crianças e adolescentes se manifesta de múltiplas formas, pode se prolongar durante todo desenvolvimento da infância e adolescência e abrange todos os contextos sociais exigindo medidas preventivas urgentes para sua redução além do fortalecimento do papel das famílias e das comunidades como agentes de proteção. Algumas formas de violência contra crianças são socialmente aceitas, tacitamente toleradas ou não encaradas como abusivas. Isto porque as vítimas são muito jovens e muito vulneráveis para denunciar o abuso ou o sistema legal-protetivo falha na resposta. 

As crianças que foram gravemente maltratadas, negligenciadas, espancadas, abusadas ou exploradas sexualmente são afetadas em termos de desenvolvimento afetivo-amoroso, têm dificuldades de aprendizagem, desempenho escolar fraco, baixa autoestima, sofrem de depressão, têm comportamentos de risco e de autoagressão, podem ser agressivas, ser transgressoras e ter dificuldade de inserção social.

À medida que as crianças crescem tornam-se mais vulneráveis a outras formas de agressão como a violência praticada pelos seus pares e parceiros íntimos, os ataques físicos entre colegas, o bullying/ciberbullying. A violência se estende também à escola e à comunidade.

Grande parte da violência contra crianças é praticada por aqueles que têm a responsabilidade de cuidar delas, ou com quem interagem diariamente. Por esta razão, independentemente do tipo de violência sofrida ou das circunstâncias que a rodeiam, a maioria das vítimas tende a manter a situação em segredo e nunca procura apoio contribuindo para a perpetuação da violência, às vezes ao longo de gerações.

O acolhimento e tratamento de vítimas são prioritários, mas podem incluir, quando necessário, o aconselhamento ao agressor familiar, por ser suporte afetivo da criança/adolescente. O tratamento dos efeitos traumáticos da violência para as crianças, adolescentes e suas famílias tem como objetivo minimizar o sofrimento e evitar o aparecimento de patologias mais graves e a reincidência da violência.

• A violência contra a mulher é qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que causa morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico tanto na esfera publica como na privada ( Convenção de Belém do Para, 1994)  

• As consequências dos vários tipos de violência são: sintomas físicos, sintomas psicológicos, lesões e mutilações, ansiedade, depressão, tentativas de suicídio, isolamento, estresse pós-traumático.

• O feminicidio é o ápice do ciclo de repetição da violência contra a mulher.

• O mito de que mulher gosta de ou merece apanhar e que perpetua a violência contra a mulher decorre da divisão dos sexos e seus estereótipos: a mulher não é culpada pela agressão que sofre é sua vítima

VIOLÊNCIA DOMESTICA 

• A violência contra a mulher também afeta as crianças que testemunham a violência e causam sintomas como dificuldades de aprendizagem, medos, depressão, baixa autoestima, isolamento e tendem a repetir na vida adulta o mesmo padrão.

• A agressão física e psicológica cometida por parceiros é tão recorrente e de escalada brutal que gerou a lei Maria da Penha

• A mulher agredida pelo parceiro mantém silencio pelos filhos, por medo e dependência econômica

• A subjugação na intimidade perpetua o ciclo de violência e que pode acabar em feminicidio

• A violência que vivem as mulheres desarticulam seu eu da experiência e distorce o conceito de si mesma e a violência fica incorporada como uma forma de vida, predominando a baixa autoestima e resignação

• A violência se torna invisível pois a mulher passa a achar ser merecedora da agressão , passa a ter visão negativa de si mesma, visão negativa do futuro , sem condições de enfrentar o mundo e ter sucesso

• Não se acha capaz de criar os filhos sozinha, acha que o parceiro ira mudar e se mantém, enquanto repete o ciclo de violência

CICLO DE VIOLÊNCIA NO CASAL

• FASE1: a escalada da tensão - agressões verbais, crises de ciúmes, ameaças, abuso emocional, a mulher passa a viver com medo de contrariar o parceiro

• FASE 2: a explosão da violência - agressões físicas ou sexuais graves, descontrole e destruição

• FASE 3: a lua-de-mel – arrependimento, juras de amor, promessas de que a agressão nunca mais vai ser repetida

Mapa da violência contra a mulher

O Brasil registrou em 2017, segundo dados do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2019 

• 1133 feminicidio

• 60.018 estupros, 164 casos por dia

• São Paulo é o campeão em números absolutos com 11089 casos

• A maioria dos estupros acontece dentro de casa com parceiros, parentes, amigos e conhecidos

• Só 10 % dos casos são notificados.

• 221.238 crimes enquadrados na Lei Maria da Penha, 606 casos de violência domestica por dia

O Ligue 180, Relatório Anual 2017, Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, tem os seguintes registros de denuncia:

• Violência Física 39090

• Violência Psicológica 22013

• Violência Sexual 3696

• Cárcere Privado 3194

• Tentativas Feminicidio 2749

• Violência Moral 1849

• Violência Patrimonial 822

• Violência Obstétrica

• 74

• Feminicidio 24

FORMAS DE VIOLÊNCIA 

• Violência Física–agressões físicas; espancamento; surras; mordidas; atirar objetos, lesões e mutilações; homicídio (matar ou tentar matar com facas, esganadura, arma de fogo, afogamento, envenenamento)

• Violência Psicológica–ofensa verbal repetida; humilhações; chantagens; controle de comportamento, crenças e decisões; criticas, desvalorização e ridularização; restrição da liberdade; cárcere privado; manipulação,isolamento dos amigos e familiares; vigilância constante; perseguição contumaz; limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

• violência sexual: forçar relações sexuais quando a mulher não quer ou quando estiver dormindo ou sem condições de consentir; fazer a mulher olhar imagens pornográficas quando ela não quer; obrigar a mulher a fazer sexo com outra(s) pessoa(s); impedir a mulher de prevenir a gravidez, forçá-la a engravidar ou ainda forçar o aborto quando ela não quiser;

• Violência Moral – qualquer conduta que configure calúnia, difamação (xingamentos, insultos, agressões verbais) ou injúria, ciberbullying( divulgação de fotos/videos ou nudes)

• Violência Patrimonial– controlar, reter ou tirar dinheiro dela; causar danos de propósito a objetos de que ela gosta; destruir, reter objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais e outros bens e direitos;

• As diferentes formas de violência acontecem de modo combinado na maior parte dos casos.

OBJETIVO GERAL DO PROJETO

• Acolher, prestar assistência psicológica a mulheres em situação de violência e reestruturar a subjetividade aniquilada. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Escutar e orientar a mulher em situação de violência e ajuda-la na construção de um rede de apoio e saída da situação de violência

• Realizar atividade reflexiva sobre sua condição de mulher, seus direitos e sua relação com as pessoas e o mundo

• Realizar atividades que levem a construção de narrativas de vida para ajudar na reconstrução de uma vida capturada na violência

PÚBLICO ALVO

Mulheres entre 14 e 60 anos

BENEFÍCIÁRIOS DIRETOS E INDIRETOS

Diretos : 20 mulheres e Indiretos 80 pessoas

DURAÇÃO

Um ano

METODOLOGIA

Buscamos a construção de respostas qualificadas para a situação de violência enfatizando os seguintes tópicos :

• Reflexão sobre a identidade de gênero e mudança de posição quanto a situação de violência

• Conscientização de seus direitos

• Percepção dos sinais e da escalada de violência

• Estratégias para sair da situação de violência evitando riscos maiores

• Alinhar pensamento e sentimento quanto as condição de mulher e situação de vida

• Integrar os diversos papeis e colocar em pratica sonhos e projetos de vida

• Pensar em ações que fortaleçam sua autoestima e protagonismo no mundo

 A reflexão sobre estes tópicos estimulara a mulher a romper o ciclo de repetição da violência e a colocar em pratica o projeto de um vida sem violência. Para isto recorreremos aos seguintes procedimentos metodológicos:

1. Acolhimento e Escuta:identificar em que situação de violência a mulher se encontra, se ela se reconhece na situação de violência de gênero – sessões individuais

2. Plano Personalizado de Atendimento: a partir do resumo da historia e percepção do risco e do ciclo da violência, informação sobre a violação e seus direitos e quais as condições pessoais e disposição para enfrentamento da violência sofrida se elabora um plano de atendimento segundo as necessidades e risco da mulher , aumentando sua autoestima – 5 sessões individuais

3. Grupo Reflexivo: encontros quinzenais de 2 horas cada durante 3 meses tratando das temáticas: o que é ser mulher hoje; o feminino, as cobranças expectativas e ideais; os papeis e responsabilidades, campo de trabalho e profissionalização e sua inserção no mundo

4. Oficina de Leitura e narrativas: encontros quinzenais de 2 horas cada durante 3 meses viabilizando a subjetivação de sua historia, fortalecimento d sua decisão e saídas para situação de violência e reconstrução de um projeto de vida sadio

RESULTADOS ESPERADOS

• Reconhecer-se em uma situação de violência e antecipar sinais de violência

• Ter consciência da violação de direitos sofrida e superar a vergonha, culpa, medo e ansiedade

• Entender as razões que a levam a permanecer numa situação violenta

• Construir uma rede de apoio e um plano de proteção

• Decidir sobre os encaminhamentos necessários à ruptura da situação de violência

• Colocar em pratica um projeto de vida que inclua autonomia e independência

• Redução do sofrimento e dos sintomas nas vitimas e filhos ou parentes que participam da situação de violência


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A Gestae – Instituto de Pesquisa, Ensino e Saúde Mental foi registrada em 14/08/2006 como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, com o CNPJ 08.253.920/0001-23.
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Natureza jurídica Associação Privada – Código 3999 Status da empresa Ativa Atividade econômica principal
Atividades de associações de defesa de direitos sociais – CNAE 9430800.

Registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) nº 1881/15.
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